A Assembleia Popular de Coimbra (APC) é uma estrutura de deliberação colectiva aberta à participação de toda a comunidade cujos participantes mais activos são na sua maioria activistas inspirados pelos movimentos sociais que sucederam a primavera árabe, sobretudo o 15M espanhol mais conhecido como movimento dos indignados. Em torno da APC têm-se organizado acções diversas com cariz apartidário, laico e pacífico, visando a recuperação do sentido de comunidade através da ocupação dos espaços públicos. Acreditamos que da luta pelo "público" e pelo "comum" poderão ser lançadas as sementes para uma nova democracia. Uma democracia inclusiva, onde os valores da autodeterminação (ou autonomia), da igualdade e da liberdade sejam as linhas condutoras da construção duma sociedade para todas e para todos. O processo de decisão usado na APC é o consenso e não o voto porque não se pretende que a APC tenha unicamente uma função legitimadora de projectos individuais ou de grupos com interesses específicos mas sobretudo que proporcione condições para o desenvolvimento de trabalho colectivo assente nos valores da solidariedade e do respeito.

sábado, 21 de abril de 2012

Acta da 2ª Assembleia Preparatória da Primavera Global – 12 de Maio (14 de Abril)


No dia 14 de Abril, realizou-se no Salão Brazil a 2ª Assembleia Preparatória da Primavera Global – 12 de Maio em Coimbra. A assembleia contou com a presença de cerca de uma dezena de pessoas, algumas delas participantes regulares na Assembleia Popular de Coimbra e uma em representação da Saúde em Português.

Num primeiro momento, debateu-se o porquê de as pessoas não se mobilizarem, de não saírem à rua. Alguns dos presentes referiram o facto de as mentalidades em Portugal serem muito mais conformistas e menos pró-activas do que em Espanha e na Grécia, por exemplo. Foi apontado o contexto histórico como um dos factores que tem grande influência – em Espanha e na Grécia, entre outras coisas, os movimentos populares de resistência ao fascismo foram muito mais fortes o que, necessariamente, se faz sentir na memória de grandes lutas nas populações dessas regiões.
Para além disso, foi algo consensual entre xs presentes que as pessoas não se sentem motivadas a sair à rua pois não acreditam que as mobilizações tragam resultados, que tenham consequências práticas. Em resposta a isso, e porque também todxs concordámos que não podemos ficar eternamente à espera que, por sairmos à rua, os detentores do poder político mudem de ideias e alterem os seus projectos, é necessário transmitir um outro espírito, outras ideias e outros objectivos relativamente à mobilização do 12 de Maio: não ser só um dia de questionamento e reivindicação ao poder político mas, mais do que isso, um dia de criação de espaços de expressão, discussão e partilha livres, espaços de construção colectiva e criativa, espaços realmente democráticos e horizontais, em que toda a gente tenha o mesmo peso e a mesma oportunidade de participar. [Esta discussão alargou-se por um grande período de tempo, pelo que seria extremamente difícil, se não impossível, a reprodução de todas as ideias apresentadas. Fica este pequeno resumo.]

Num segundo momento da assembleia, passou-se à prática e discutiram-se os planos para o dia 12 de Maio. Devido à Queima das Fitas acabar no dia 11 de Maio, decidiu-se marcar a manifestação mais para meio da tarde (16h) mas ter actividades durante todo o dia, começando logo de manhã na 8 de Maio. Aqui fica o esboço do plano de actividades para o 12 de Maio:
Dia 12 de Maio
10h, praça 8 de maio: vox pop, declamação de poesia (ana?), música
13h, praça da república: almoço comunitário e pintura de faixas e cartazes
16h: Manifestação Praça da República > Portagem > Parque Manuel Braga
No Parque Manuel Braga: Microfone Aberto, Concertos, Performances
Jantar
Acampamento
Em aberto fica a realização de uma acção de apelo ao 12 de Maio, no dia 11 à noite, no Largo da Portagem.
Foi ainda feita a sugestão da distribuição no próprio dia (pelo menos no início da manifestação) de um flyer ou algo semelhante que apele à participação das pessoas nas actividades e que passe a mensagem de que a luta não pode ficar pela participação numa manifestação e ir para casa logo de seguida.

Já na fase final da assembleia, ficou acordada a elaboração de uma proposta do texto da convocatória da Primavera Global – 12 de Maio em Coimbra pela APC e o envio à Saúde em Português e a outros colectivos interessados para discussão e eventuais alterações. A ideia é ter como base o texto já escrito de convite para esta Assembleia Preparatória e fazer as devidas alterações, acrescentando um parágrafo em que se faça uma pequena súmula das reivindicações específicas (algo do género “Reivindicamos um mundo para todxs, o respeito pela dignidade humana, a saúde para todxs, a educação para todxs, a habitação, a paz, ….”).
Por fim, decidiu-se realizar a 3ª Assembleia Preparatória da Primavera Global - 12 de Maio em Coimbra no dia 28 de Abril (sábado), também das 15h às 18h, num espaço a indicar brevemente.

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