A Assembleia Popular de Coimbra (APC) é uma estrutura de deliberação colectiva aberta à participação de toda a comunidade cujos participantes mais activos são na sua maioria activistas inspirados pelos movimentos sociais que sucederam a primavera árabe, sobretudo o 15M espanhol mais conhecido como movimento dos indignados. Em torno da APC têm-se organizado acções diversas com cariz apartidário, laico e pacífico, visando a recuperação do sentido de comunidade através da ocupação dos espaços públicos. Acreditamos que da luta pelo "público" e pelo "comum" poderão ser lançadas as sementes para uma nova democracia. Uma democracia inclusiva, onde os valores da autodeterminação (ou autonomia), da igualdade e da liberdade sejam as linhas condutoras da construção duma sociedade para todas e para todos. O processo de decisão usado na APC é o consenso e não o voto porque não se pretende que a APC tenha unicamente uma função legitimadora de projectos individuais ou de grupos com interesses específicos mas sobretudo que proporcione condições para o desenvolvimento de trabalho colectivo assente nos valores da solidariedade e do respeito.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

À Plataforma 15 de Outubro, Sobre o Encontro Nacional de Activistas


Na “Proposta de Continuidade” da Plataforma 15O, tornada pública em http://www.15deoutubro.net/pagina-inicial/1-docs/620-proposta-de-continuidade.html, pode ler-se a proposta de “apoiar a organização, para o dia 25 de Fevereiro, um encontro nacional de activistas, unindo todas as pessoas e grupos que queiram juntar-se para alimentar as grandes mobilizações populares contra o ataque desencadeado pelo governo em parceria com a troika, que nos levará a um retrocesso histórico em termos de direitos conquistados, o que culminará no fim de uma democracia, já moribunda. Este encontro deve procurar a união de todos e todas que reconheçam que é absolutamente necessário quebrar o discurso único imposto pelo poder económico, construir alternativas.”
Já no Encontro Nacional de Assembleias Populares [realizado nos passados dias 14 e 15 de Janeiro, em Coimbra, no qual participaram cerca de 50 activistas integrados ou não em várias assembleias populares, movimentos e grupos (entre os quais a Plataforma 15O)] tinha ficado claro que era da opinião de todxs que a realização de novos encontros era essencial para fortalecer a cooperação entre os vários movimentos a nível nacional.
 A Plataforma 15O apresentou à Assembleia Popular que se seguiu à Marcha da Indignação (dia 21 de Janeiro), em Lisboa, a referida proposta e intenção de convocar um Encontro Nacional de Activistas sem, no entanto, ter procurado previamente apresentar e discutir a ideia com diversos outros movimentos, grupos e indivíduos (nomeadamente os que estiveram presentes no primeiro Encontro). Este parece-nos não ser o melhor caminho a tomar. No que toca a Encontros Nacionais que, como o realizado no passado fim-de-semana e o que a Plataforma 15O propõe, pretendem agregar diversos movimentos, grupos e activistas, achamos ser fundamental a discussão prévia nas bases dos vários grupos de questões como a data e o local de realização do Encontro, o seu programa e a dinâmica de funcionamento. Desse modo, possibilita-se encontrar consenso sobre, por exemplo, que local e datas permitem que mais indivíduos e grupos consigam estar presentes, e que programa e dinâmicas parecem mais adequadas às várias partes (um processo que, aliás, antecedeu a convocação, para 14 e 15 de Janeiro, do Encontro Nacional de Assembleias Populares).
Assim, apelamos que a comunicação entre os vários movimentos e grupos comece de imediato, abrindo-se à discussão todas as questões relativas a este Encontro de modo a que se possa chegar a uma convocatória conjunta que seja do agrado de todxs. Aproveitamos, desde já, para colocar algumas questões que nos parecem pertinentes e que achamos que devem ser discutidas:
1 – A escolha da data 25 de Fevereiro prende-se com alguma questão específica?
2 – A vossa ideia era o Encontro ter carácter deliberativo? Ou, pelo contrário, abrir-se-ia espaço para debater ideias e, conjuntamente, formular propostas que fossem levadas às diversas Assembleias Populares e às bases dos diversos movimentos para ser discutidas?
3 – Estão a pensar direccionar o Encontro para alguns temas/algumas questões em específico?
4 – Têm já pensado o local onde se realizaria o Encontro?

Como já referimos, achamos que estes e outros pontos devem ser abertos à discussão. Aproveitamos para deixar uma lista dos contactos de várias Assembleias Populares, movimentos e grupos que compilámos no final do Encontro de dias 14 e 15 de Janeiro, com o intuito de facilitar a comunicação entre todxs (e que vocês, inclusivamente, receberam):
    assembleiapopulardoporto@gmail.com  [Porto]
    indignadosvr@gmail.com [Vila Real]
    acampadacoimbrablog@gmail.com [Coimbra]
    geral@15deoutubro.net [Lisboa]
    lisboa.ocupada@gmail.com [Lisboa]
    indignadoslisboa@gmail.com [Lisboa]
    indignadosbenfica@gmail.com [Lisboa – Benfica]
    assembleiapopulardagraca@gmail.com [Lisboa – Graça]
    assembleiapopularalfragide@gmail.com [Lisboa – Alfragide]
    assembpopbarreiro@gmail.com [Barreiro]
(Esta lista, obviamente, não exclui que outros grupos participem também na discussão.)


Sublinhamos que não nos opomos a o que quer que seja, desde que seja discutido.


Assinado,
AcampadaCoimbra/Assembleia Popular
Os presentes na reunião dos Indignados de Lisboa de dia 31/01/2012

1 comentário:

Anónimo disse...

muito obrigada gente :)
acho que tudo o que é aqui dito tem pertinência, e note-se que a data de 25 de Fevereiro foi apenas uma proposta, mas está em aberto e começa a parecer demasiado cedo. Discutiremos a questão em Domingos próximos, e ainda hoje enviamos convite para presença em reuniões ou chegada de sugestão por mails. Solidariamente, Margarida (do Secretariado do 15 O)