A Assembleia Popular de Coimbra (APC) é uma estrutura de deliberação colectiva aberta à participação de toda a comunidade cujos participantes mais activos são na sua maioria activistas inspirados pelos movimentos sociais que sucederam a primavera árabe, sobretudo o 15M espanhol mais conhecido como movimento dos indignados. Em torno da APC têm-se organizado acções diversas com cariz apartidário, laico e pacífico, visando a recuperação do sentido de comunidade através da ocupação dos espaços públicos. Acreditamos que da luta pelo "público" e pelo "comum" poderão ser lançadas as sementes para uma nova democracia. Uma democracia inclusiva, onde os valores da autodeterminação (ou autonomia), da igualdade e da liberdade sejam as linhas condutoras da construção duma sociedade para todas e para todos. O processo de decisão usado na APC é o consenso e não o voto porque não se pretende que a APC tenha unicamente uma função legitimadora de projectos individuais ou de grupos com interesses específicos mas sobretudo que proporcione condições para o desenvolvimento de trabalho colectivo assente nos valores da solidariedade e do respeito.

História







-> Concentração em Coimbra em sinal de protesto e solidariedade com os movimentos do 15M em Espanha.
Esta iniciativa, que foi inspirada nos movimentos de protesto na Espanha, é convocada como uma iniciativa de solidariedade, mas também de protesto e luta local e internacionalista. Temos que lutar todos por uma democracia real, por uma mudança em Portugal assim como em Espanha!


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-> Concentración en Coimbra en señal de protesta y solidaridad con los movimientos del 15M en toda España.

Inspirada en los movimientos que se han iniciado estos días en España, esta iniciativa de solidaridad, es también una forma de protesta y de lucha, tanto a nivel local como internacional. Tenemos que luchar todos por una democracia real, por un cambio tanto en Portugal como en España!



Manifesto da Acampada Coimbra


            Somos pessoas comuns. Somos como vocês: pessoas que se levantam pela manhã para trabalhar, procurar trabalho ou estudar. Pessoas que têm família, amigas e amigos. Pessoas que trabalham e pessoas que trabalharam no duro todos os dias para viver e dar um futuro melhor aos e às que nos rodeiam.
            Juntamo-nos às muitas e aos muitos que nestes dias estão nas ruas para protestar, que pelo mundo foram lutando hoje pelas liberdades reprimidas pelo sistema económico vigente. São centenas de acampamentos por todo o mundo:
            Demo-nos conta que chegámos ao limite e não suportamos mais que uns poucos encham os bolsos e vivam como reis, enquanto os outros e as outras, que são a maioria, apertam os cintos. Não aceitamos mais a corrupção dos políticos, empresários, banqueiros...
            Sabemos que para mudar isto temos que lutar nós mesmas/os à margem dos partidos, sindicatos e demais representantes que querem fazê-lo por nós.
            Decidimos ocupar a praça porque queremos um debate onde se façam ouvir as vozes de todos e todas.
            Organizamo-nos livremente em auto-gestão e tentamos criar espaços de debate e acção políticos, onde decidimos directa e consensualmente.
            Estamos aqui porque defendemos a transformação social face aos sistema político e económico que nos é imposto e nos rouba a vida.
            Queremos propôr alternativas de organização possíveis face a um sistema que denunciamos ser:
                        -Injusto, imoral, desumano, desigual...
                       -Que é gerido por uma ditadura financeira que perpetua os roubos descarados e continuados a gerações de trabalhadores e trabalhadoras por parte de bancos, políticos, especuladores, exploradores, …
                    -Que provoca as guerras, a fome e a miséria internacionais através de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Central Europeu (BCE), a Organização Mundial do Comércio (OMC), a Organização do Tratado de Aliança do Atlântico Norte (OTAN/NATO), o G8 e os estados que as apoiam e delas participam.
           Defendemos a retirada do plano da “Troika” (FMI, BCE, UE). Não queremos pagar dívidas  resultantes de corrupção, gestão danosa ou imoralidades económicas, financeiras e políticas.
            Queremos propôr desde as bases as raízes para construirmos sociedades onde possamos viver livremente através de relações de igualdade e solidariedade, sociedades onde nos sejam asseguradas condições dignas como o acesso a uma casa, a um trabalho devidamente remunerado, a uma velhice livre de miséria e solidão, à saúde, à educação, à cultura, à participação política e ao livre desenvolvimento pessoal.

Esta é a tua luta, vem à Assembleia Popular!

Democracia verdadeira já!