A Assembleia Popular de Coimbra (APC) é uma estrutura de deliberação colectiva aberta à participação de toda a comunidade cujos participantes mais activos são na sua maioria activistas inspirados pelos movimentos sociais que sucederam a primavera árabe, sobretudo o 15M espanhol mais conhecido como movimento dos indignados. Em torno da APC têm-se organizado acções diversas com cariz apartidário, laico e pacífico, visando a recuperação do sentido de comunidade através da ocupação dos espaços públicos. Acreditamos que da luta pelo "público" e pelo "comum" poderão ser lançadas as sementes para uma nova democracia. Uma democracia inclusiva, onde os valores da autodeterminação (ou autonomia), da igualdade e da liberdade sejam as linhas condutoras da construção duma sociedade para todas e para todos. O processo de decisão usado na APC é o consenso e não o voto porque não se pretende que a APC tenha unicamente uma função legitimadora de projectos individuais ou de grupos com interesses específicos mas sobretudo que proporcione condições para o desenvolvimento de trabalho colectivo assente nos valores da solidariedade e do respeito.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

APC participa na Manifestação do 1º de Maio com apelo à Primavera Global - 12 de Maio

A Assembleia Popular de Coimbra decidiu participar na Manifestação do 1º de Maio com uma faixa de apelo à mobilização para a Primavera Global, que se fará sentir por todo o mundo no dia 12 de Maio. A manifestação organizada pela CGTP terá início às 14h30 na Praça da República e nós combinámos encontrar-nos às 14h na entrada do Jardim do Sereia. PARTICIPA TU TAMBÉM!

Aproveitamos para deixar a ligação para o Manifesto "Primavera Global em Coimbra | 12 de Maio para uma Mudança Global", aprovado no passado sábado na 3ª Assembleia Preparatória da Primavera Global - 12 de Maio: http://acampadacoimbra.blogspot.pt/2012/04/12-de-maio-para-uma-mudanca-global.html e o evento no Facebook: http://www.facebook.com/events/220132834764631/

domingo, 29 de abril de 2012

Declaração de Apoio aos Jardins de Abril – Horta Comunitária


No dia 19 de Junho de 2011, a Assembleia Popular reunida na Praça 8 de Maio, em Coimbra, aprovou uma lista de Pontos Reivindicativos, entre eles: “Reivindicamos o direito das pessoas e colectivos a ocupar, habitar, recuperar, remodelar, utilizar, gerir os espaços e infra-estruturas abandonados, sejam eles públicos ou privados”.
Hoje, reafirmamos esta reivindicação e declaramos todo o apoio ao grupo de cidadãos que, a partir do passado dia 25 de Abril, ocupou um espaço abandonado há mais de uma década na Rua Corpo de Deus, propriedade da Câmara Municipal de Coimbra, para criar os “Jardins de Abril – Horta Comunitária”. Segundo informações difundidas pelo grupo, a Junta de Freguesia de São Bartolomeu terá intenções de entaipar o espaço esta segunda-feira, dia 30 de Abril. Reiteramos o nosso apoio e apelamos ao bom-senso da Junta de Freguesia e ao diálogo entre esta e o grupo de cidadãos, de modo a fazer-se cumprir o Artigo 85º da Constituição da República Portuguesa que, no ponto 3, afirma que “são apoiadas pelo Estado as experiências viáveis de autogestão”.

Assembleia Popular de Coimbra
29 de Abril de 2012


Manifesto da PRIMAVERA GLOBAL em Coimbra (PT/EN/ES)


Manifesto da Primavera Global em Coimbra | 12 de Maio para uma Mudança Global
Mobilização apartidária, laica e pacífica.

No dia 12 de Maio, tal como aconteceu no dia 15 de Outubro, milhares de pessoas sairão às ruas em muitas centenas de cidades por todo o mundo. Coimbra junta-se a inúmeros movimentos que fazem parte daquilo que é designado por “Indignados” i.e. ao 15M espanhol, ao movimento Occupy e a inúmeras assembleias populares, bem como aos Anonymous e a muitos outros colectivos para concretizar a “Primavera Global”. Neste dia, juntos, tomaremos as ruas para mostrar a nossa indignação para com um sistema que se diz democrático mas que sistematicamente nos trata a todas e a todos como mercadoria, como simples números, e que coloca os interesses económicos acima do bem comum.
Sairemos à rua para reivindicar o desenvolvimento sustentável e o respeito pela Natureza; o sentido de comunidade; o direito à mobilidade e à informação livre; o respeito pela liberdade e pela autonomia. Sairemos à rua pela saúde, pela educação, pela habitação e pela cultura – consideramo-las imprescindíveis e, por isso, de necessário acesso universal. Em suma, reivindicamos o respeito pela dignidade; reivindicamos um outro mundo, um mundo de todxs e para todxs, independentemente da nacionalidade, etnia, sexo, orientação sexual, idade e condição social.
Mas mais do que sair à rua para reivindicar essa mudança, ocuparemos as praças para a construir! Permaneceremos nas praças para criar espaços de debate, partilha e expressão livres, verdadeiramente democráticos, e para, colectivamente, construir alternativas e delinear estratégias de resistência às políticas que conduzem mais de 99% da população ao empobrecimento enquanto a ínfima minoria restante enriquece cada vez mais. 

Manifesto of the Global Spring in Coimbra | May 12 for a Global Change
Nonpartisan, secular and pacific mobilization

On May 12, as happened in October 15, thousands of people will take the streets in hundreds of cities around the world. Coimbra joins the several movements of what is called “Indignados”, i.e. the Spanish 15M, the Occupy movement and several popular assemblies, as well as the Anonymous and many other groups, to make the “Global Spring” real. In this day, together, we will take the streets to demonstrate our outrage towards a system that calls itself democratic but systematically treats us as goods, as mere numbers, and that puts the economical interests above the common good.
We will take the streets to demand a sustainable development and respect for Nature; the sense of community; the right to mobility and free information; the respect for freedom and autonomy. We will take the streets for health, education, household and culture – we consider them essential and, therefore, of necessary universal access. In short, we demand the respect for dignity; we demand another world, a world of and for everyone, despite their nationality, ethnic group, gender, sexual orientation, age and social condition.
But more than taking the streets to demand this change, we will occupy the squares to build it. We will stay on the squares to create spaces of free debate, free sharing and free expression, truly democratic, and to collectively build alternatives and outline strategies of resistance to the policies that lead more than 99% of the population to the impoverishment while the remaining small minority gets richer and richer.

International Mobilization – May 12 Global Spring
We take the streets for Another World – And We Occupy the Squares to Build It
1pm: Communitarian Lunch
2pm: Concentration with painting of posters and banners
4pm: Demonstration in direction of Park Manuel Braga – performance and die-in in Largo da Portagem 
At Park Manuel Braga: Open mic, music, poetry and other artistic interventions, communitarian dinner, concerts.



Manifeste du PRINTEMPS GLOBAL à Coimbra | Le 12 Mai pour un Changement Global 
Mobilisation non partisane, laïque et pacifique. 

Le 12 Mai, comme le 15 Octobre dernier, des milliers de personnes sortiront dans les rues de centaines de villes partout dans le monde. Coimbra se joint à ces nombreux mouvements que l'on désigne par "Indignés", c'est-à-dire le 15M espagnol, le mouvement Occupy et les innombrables assemblées populaires, tout comme les Anonymous et beaucoup d'autres collectifs, afin de concrétiser le "Printemps Global". En cette journée, ensemble, nous prendrons les rues pour montrer notre indignation devant un système qui se dit démocratique mais qui systématiquement nous traite, toutes et tous, comme une marchandise, comme de simples numéros, et qui place les intérêts économiques au-dessus du bien commun.
Nous sortirons dans la rue pour revendiquer un développement soutenable et le respect de la Nature; pour le sens de la communauté; pour le droit à la mobilité et à l'information libre; pour le respect de la liberté et de l'autonomie. Nous sortirons dans la rue pour la santé, pour l'éducation, pour le logement et pour la culture - que nous considérons imprescriptibles et, en ce sens, de nécessaire accès à tous. En somme, nous revendiquons le respect pour la dignité ; nous revendiquons un autre monde, un monde de tou(te)s et pour tou(te)s, indépendamment de la nationalité, de l’ethnie, du sexe, de l'orientation sexuelle, de l'âge et de la condition sociale. 
Mais, plus que de sortir dans la rue pour revendiquer ce changement, nous occuperons les places pour le construire! Nous resterons sur les places pour créer des espaces de débat, le partage et l'expression libres, véritablement démocratiques, et pour, collectivement, construire des alternatives et tracer des stratégies de résistance aux politiques qui conduisent plus de 99% de la population à l'appauvrissement alors que l'infime minorité restante s'enrichit toujours plus.
 
Mobilisation internationale - 12 Mai Printemps Global
Nous prenons les rues pour un autre monde - Nous occupons les places pour le construire
13h : Repas communautaire
14h : Concentration avec peinture de banderoles et pancartes
16h : Manifestation en direction du Parc Manuel Braga. Spectacle et die-in Largo do Portagem 
Dans le Parc Manuel Braga : Microphone ouvert, musique, poésie et autres interventions artistiques, repas communautaire, concerts.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Tolerância zero face à PSP e ao seu ministro!


A PSP prepara “tolerância zero”(!) para o 25 de Abril(!)... Imagine-se. Portanto que, imediatamente, se delibere sobre a tolerância zero face à PSP, face ao Sr. Ministro da Administração Interna e face ao sr. Presidente Rio, procedendo-se à notificação prévia, por comunicado público com cópia expedida a suas excelências por mail e correio.
O governo, através do seu ministro do interior, está a instaurar um estado de excepção policial que não pode ser tolerado. Define e caracteriza contra direito os grupos e movimentos a excluir das liberdades cívicas. Decide através das secretas, de cuja composição estamos cientes, os que têm ou não direito de cidadania e de manifestação. Preparam ridículas, se não fossem brutais e execráveis, emboscadas. Provocam situações que justifiquem os seus planos de acção, esperando ganhar credibilidade junto das bestas negras que dominam a Europa. A democracia da finança mostra a sua cara. Temos que exigir posição das instituições democráticas mesmo daquelas que estão por detrás da acção criminosa e atentatória das liberdades cuja conquista celebramos na rua, dia 25 de Abril.
É pois preciso recordar que em República não há dignidade superior à de cidadão. Os agentes devem a todo e qualquer cidadão a cortesia (protocolar e cerimonialmente) devida a oficiais superiores, estando circunscritos ao uso proporcionado da força no âmbito do cumprimento da Lei  -à qual todos os cidadãos estão vinculados como modo de obediência a si próprios – no quadro da absoluta impossibilidade da subordinação pessoal de qualquer cidadão seja a quem for.  
O quadro das agressões à bastonada de raparigas ou mulheres de costas, as agressões a ponta-pé a rapazes no chão, ou o disparo de tasers sobre pessoas caídas, a danificação de bens e equipamentos (máquinas fotográficas atiradas ao chão, por exemplo) são condutas que em bom rigor permitem a detenção em flagrante dos agentes policiais no local e a legítima defesa
As condutas em referência também dão causa de acção de indemnização contra o Estado, contra os comandos e designadamente contra o Sr. Ministro da Administração Interna, a Direcção Nacional da PSP  e os funcionários e agentes directamente actuantes em tais distúrbios, se ocorrerem como (infelizmente) têm ocorrido.
A simples presença de forças em número exagerado corresponde, a uso desproporcionado da força, sendo ilegítima qualquer intimidação quanto ao exercício de Direitos Fundamentais, como o de manifestação -   e essa presença, neste quadro já habitual de intervenção (suficientemente demonstrado pelas imagens televisivas difundidas e pelo depoimento escrito de jornalistas presentes), é o preliminar perfeito do que um “rigoroso inquérito” posterior virá a concluir pela culpa das vítimas. E nisso também não há nenhuma novidade: faz parte do comportamento delinquente a acusação das vítimas (na violação, na violência doméstica, na tortura, no proxenetismo, na burla, no assédio moral).
Temos a noção do verdadeiro lirismo que seria contar com o  MP nestas matérias e nesta fase. Mas subsiste o Juiz Cível com a estrita obrigação de imparcialidade – e o procurador junto do Cível fará quanto entenda relativamente à prova aí produzida; subsiste também o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. Isto não pode continuar a acontecer.
E o que mais nos faltava era que a PSP ousasse intimidação prévia quem se prepara para reafirmar politicamente a queda da ditadura. Uma tal manifestação da polícia traduz a indigência intelectual e a desadequação radical da sua direcção face aos pressupostos jus filosóficos do sistema. Tal conduta institucional não é compatível com a democracia parlamentar, nem o voto expresso autoriza tal prática institucional (alheia a qualquer programa eleitoral votado).
Isto não é tolerável. Simplesmente. 

Subscrevem,
Associação Contra a Exclusão pelo Desenvolvimento (ACED)
Plataforma Anti-Guerra e Anti-Nato – PAGAN
Plataforma Cidadã de Resistência à Destruição do SNS
O Comité de Solidariedade com a Palestina
Assembleia Popular de Coimbra

terça-feira, 24 de abril de 2012

25 de Abril em Coimbra - Caçarolada pela Liberdade

É com a recordação ainda viva de um 25 de Abril que representa a liberdade e o fim da ditadura, que a Assembleia Popular de Coimbra apela a um protesto no dia 25 de Abril de 2012. Ao fim de 38 anos, o que resta da "revolução dos cravos" é o desemprego, a precariedade, a pobreza, a fome, a injustiça social e um Estado que não serve os interesses do Povo, que lhe virou as costas. Voltamos à era da opressão e do povo sem razão. Querem-nos acríticos, não participativos, calados, obedientes e sem sopa na panela.
O despejo do projecto Es.Col.A. da Escola da Fontinha, levado a cabo por uma polícia também ela obediente a mando da Câmara Municipal do Porto, foi mais um golpe avassalador nesta democracia que se encontra já demasiado moribunda. A destruição arbitrária de um ano inteiro de trabalho conjunto, de livros, computadores, brinquedos, móveis, frigorífico, fogão e mil e uma outras coisas – tudo conseguido pelos activistas ou oferecido pelos populares –, põe a descoberto os tiques cada vez mais autoritários desta democracia doente. O projecto Es.Col.A. sempre funcionou para a população da Fontinha: pelas palavras de uma activista envolvida no projecto, “se a população não nos quisesse aqui, nós já não aqui estávamos”. Desde apoio educativo, aulas de yoga e música, até capoeira, oficinas de estudos artísticos e teatro, tudo estava ao acesso de todxs, das crianças mais pequeninas aos mais idosos. Mas nem a vontade da população de que o projecto ficasse na antiga escola da fontinha demoveu aqueles que teoricamente representam a população de avançar com um despejo selvagem e violento. 

Se antes falávamos e íamos presos, agora falamos e ninguém nos ouve. Pode ser que nos ouçam se aumentarmos o volume do protesto.
Traz a tua panela e anda fazer barulho para a rua! 

Partilha, divulga, aparece


---

16h - Praça 8 de Maio
Música, Pintura, Poesia... CRIATIVIDADE! - traz a tua!
Caçarolada
Jantar Comunitário - traz algo para partilhar


sábado, 21 de abril de 2012

Acta da 2ª Assembleia Preparatória da Primavera Global – 12 de Maio (14 de Abril)


No dia 14 de Abril, realizou-se no Salão Brazil a 2ª Assembleia Preparatória da Primavera Global – 12 de Maio em Coimbra. A assembleia contou com a presença de cerca de uma dezena de pessoas, algumas delas participantes regulares na Assembleia Popular de Coimbra e uma em representação da Saúde em Português.

Num primeiro momento, debateu-se o porquê de as pessoas não se mobilizarem, de não saírem à rua. Alguns dos presentes referiram o facto de as mentalidades em Portugal serem muito mais conformistas e menos pró-activas do que em Espanha e na Grécia, por exemplo. Foi apontado o contexto histórico como um dos factores que tem grande influência – em Espanha e na Grécia, entre outras coisas, os movimentos populares de resistência ao fascismo foram muito mais fortes o que, necessariamente, se faz sentir na memória de grandes lutas nas populações dessas regiões.
Para além disso, foi algo consensual entre xs presentes que as pessoas não se sentem motivadas a sair à rua pois não acreditam que as mobilizações tragam resultados, que tenham consequências práticas. Em resposta a isso, e porque também todxs concordámos que não podemos ficar eternamente à espera que, por sairmos à rua, os detentores do poder político mudem de ideias e alterem os seus projectos, é necessário transmitir um outro espírito, outras ideias e outros objectivos relativamente à mobilização do 12 de Maio: não ser só um dia de questionamento e reivindicação ao poder político mas, mais do que isso, um dia de criação de espaços de expressão, discussão e partilha livres, espaços de construção colectiva e criativa, espaços realmente democráticos e horizontais, em que toda a gente tenha o mesmo peso e a mesma oportunidade de participar. [Esta discussão alargou-se por um grande período de tempo, pelo que seria extremamente difícil, se não impossível, a reprodução de todas as ideias apresentadas. Fica este pequeno resumo.]

Num segundo momento da assembleia, passou-se à prática e discutiram-se os planos para o dia 12 de Maio. Devido à Queima das Fitas acabar no dia 11 de Maio, decidiu-se marcar a manifestação mais para meio da tarde (16h) mas ter actividades durante todo o dia, começando logo de manhã na 8 de Maio. Aqui fica o esboço do plano de actividades para o 12 de Maio:
Dia 12 de Maio
10h, praça 8 de maio: vox pop, declamação de poesia (ana?), música
13h, praça da república: almoço comunitário e pintura de faixas e cartazes
16h: Manifestação Praça da República > Portagem > Parque Manuel Braga
No Parque Manuel Braga: Microfone Aberto, Concertos, Performances
Jantar
Acampamento
Em aberto fica a realização de uma acção de apelo ao 12 de Maio, no dia 11 à noite, no Largo da Portagem.
Foi ainda feita a sugestão da distribuição no próprio dia (pelo menos no início da manifestação) de um flyer ou algo semelhante que apele à participação das pessoas nas actividades e que passe a mensagem de que a luta não pode ficar pela participação numa manifestação e ir para casa logo de seguida.

Já na fase final da assembleia, ficou acordada a elaboração de uma proposta do texto da convocatória da Primavera Global – 12 de Maio em Coimbra pela APC e o envio à Saúde em Português e a outros colectivos interessados para discussão e eventuais alterações. A ideia é ter como base o texto já escrito de convite para esta Assembleia Preparatória e fazer as devidas alterações, acrescentando um parágrafo em que se faça uma pequena súmula das reivindicações específicas (algo do género “Reivindicamos um mundo para todxs, o respeito pela dignidade humana, a saúde para todxs, a educação para todxs, a habitação, a paz, ….”).
Por fim, decidiu-se realizar a 3ª Assembleia Preparatória da Primavera Global - 12 de Maio em Coimbra no dia 28 de Abril (sábado), também das 15h às 18h, num espaço a indicar brevemente.

domingo, 15 de abril de 2012

«Se Ainda Escutas a Alegria de Viver Ouvirás o Sinal para Ficar»

Declaração Conjunta de Apoio ao Es.Col.A do Alto da Fontinha, que partiu do Gato Vadio

Lá do Alto da Fontinha dá vontade de planar. Vê-se outra cidade a ser construída. Tijolo a tijolo, dia-a-dia, mão a mão, sorriso a sorriso. Aquilo que parecia um abismo – uma escola vazia, abandonada e arruinada – tornou-se o próprio espaço do sonho.
Com os pés assentes na terra, constrói-se a solidariedade, o espírito comunitário, uma ideia de utilidade pública alicerçada na ajuda mútua e na partilha livre do conhecimento. Ali faz-se ainda a democracia directa e participativa que falta. Ali aprende-se a estar vivo. Ali vê-se que a crise que nos quer amedrontados e pieguinhas, foge a sete pés. Não, nem a crise, nem um rio seco e sequioso, nem as cajadadas dos falsos democratas, vão estancar o fluxo desta Fontinha...
Neste momento decisivo, por uma exigência recíproca, cada um deve colocar ao outro as questões humanas e colectivas essenciais.
Esta declaração conjunta de apoio ao Es.Col.A já foi abraçada por vinte e dois colectivos e associações de vários pontos do país, e está aberta a mais adesões de quem quiser e quando quiser. Escreve-nos!
Lá do alto, diremos à cidade que rejeitamos o despejo decretado pela actual gestão do Município do Porto e estenderemos a mão a quem veio por bem e para ficar.

AJA Norte - Associação José Afonso
AIT/SP - Núcleo do Porto e Chaves
Assembleia Popular do Porto
Assembleia Popular de Coimbra
Associação Casa da Achada - Centro Mário Dionísio (Lisboa)
Associação SAPATO 43
Casa da Horta - associação cultural
Casaviva Projecto
Centro de Cultura Libertária (Almada)
Colectivo Hipátia
Gap - Grupo de Acção Palestina
Gato Vadio Livraria
Indignados Lisboa
Marcha Mundial das Mulheres
Partido Humanista
Revista Rubra
Terra Viva
Traga Mundos
Tribuna Socialista
Uniao Operaria Nacional
UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta


Abaixo reproduzimos a última Carta Aberta do Es.Col.A., que fala por si e por todos nós.
A promessa de suspensão do despejo do Es.Col.A revelou-se um logro. Politicamente forçada a dialogar com os ocupantes da antiga Escola Primária do Alto da Fontinha, a Câmara Municipal do Porto (CMP) mais não queria do que anunciar que o despejo se mantinha, embora adiado. Em reunião com dois delegados da Assembleia do Es.Col.A, os representantes da câmara exigiram que o projecto assinasse a sua sentença de morte, traduzida num contrato de aluguer com fim em Junho. A continuidade imediata do Es.Col.a dependeria da assinatura desse papel.
Recapitulando: a 10 de Abril de 2011, um grupo de pessoas ocupou a antiga escola primária do Alto da Fontinha, devoluta e abandonada há mais de cinco anos pelo município que a devia manter. Depois de um mês de ocupação do espaço e já com inúmeras actividades a decorrer, a CMP mandou a polícia despejar violentamente os ocupantes e emparedar o edifício. Depois de um longo processo negocial, o Es.Col.A voltou à Escola da Fontinha onde se mantém até hoje, com a indiferença da CMP.
Esta farsa é, para nós, inaceitável, tal como o é o despejo em si - seja agora, em Junho, ou em qualquer altura. Perante quem tem, repetidamente, falhado no cumprimento da sua própria palavra e que entende o ultimato como forma de negociação, a posição do Es.Col.A só pode ser a de não aceitar a decisão de despejo. Fazê-lo seria desistir do sonho com que partimos para esta aventura, o de transformar as nossas vidas com as nossa próprias mãos, ensinando e aprendendo com quem se cruza connosco, nas ruas da Fontinha.
Porque o Es.Col.A, muito mais do que uma escola, é um laboratório dum mundo já transformado, resistiremos.
Precisamos do sentido solidário de toda a gente que se identifica com o projecto. Em todo e qualquer lado, que a ocupação e a libertação de espaços sejam a resposta generalizada ao ataque às iniciativas de emancipação popular dum sistema que prefere a propriedade, mesmo que abandonada, ao usufruto, mesmo que colectivo.

Que a moda pegue! ai, ai


Mais sobre a Onda Solidária com o Es.Col.A!

Artigo no Le Monde Diplomatique: Ocupar é Urbanizar: sobre a Es.Col.A da Fontinha



A História da Es.Col.A da Fontinha pelos próprios intervenientes.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Actividades da ASSEMBLEIA POPULAR DE COIMBRA durante o mês de Abril

dia 10 (terça-feira)
> Assembleia Popular
às 19h30m, na Praça 8 de Maio
http://www.facebook.com/events/129589353832498/

dia 14 (sábado)
> Assembleia Preparatória da Primavera Global - 12 de Maio
das 15h00 às 18h00, no Salão Brazil
http://www.facebook.com/events/399049456772231/

dia 15 (domingo)
> Assembleia Popular
das 15h00 às 18h00, no largo dos olivais (junto ao café santo antónio)

dia 16 (segunda-feira)
> debate: O SNS - presente, futuro e alternativas
às 21h00, no Teatro da Cerca de São Bernardo
http://www.facebook.com/events/381451011889400/

dia 17 (terça-feira)
> Assembleia Popular
às 19h30m, na Praça 8 de Maio

dia 22 (domingo)
> Assembleia Popular
das 15h00 às 18h00, bairro norton de matos (junto ao café samambaia)

dia 24 (terça-feira)
> Assembleia Popular
às 19h30m, na Praça 8 de Maio

dia 25 (quarta-feira)
> Actividades de Rua
(mais informações em breve)

dia 28 (sábado)
> 3ª Assembleia Preparatória da Primavera Global - 12 de Maio
(hora e local por definir)
website internacional: http://www.may12.net/

dia 29 (domingo)
> Assembleia Popular
das 15h00 às 18h00, santa clara (miradouro do mosteiro santa clara-a-nova)


acampadacoimbrablog@gmail.com
http://www.facebook.com/acampadacoimbra
http://www.facebook.com/assembleia.popular.coimbra

domingo, 8 de abril de 2012

O SNS - presente, futuro e alternativas


debate 
O SNS - Presente, Futuro e Alternativas

16 de Abril, às 21horas 
Teatro da Cerca de São Bernardo
(junto ao pátio da inquisição)

convidados
António Arnaut - advogado
António Rodrigues - médico
Cristina Paixão - plataforma cidadã de resistência à destruição do SNS
Hernâni Caniço - médico

moderador
João Paz - enfermeiro

organização
Assembleia Popular de Coimbra




ASSEMBLEIA POPULAR DE COIMBRA
- Contra a destruição do Serviço Nacional de Saúde (SNS)

A reestruturação do SNS, com o novo pacote legislativo em vigor desde o dia 1 de Janeiro, conduzirá inevitavelmente ao seu desmantelamento. O governo assume que pretende o financiamento do serviço através do esforço acrescido dos seus utentes, por via, não dos impostos e contribuições que pagam, mas através do aumento do valor e número de taxas moderadoras, restrição do número de utentes isentos do seu pagamento, diminuição da parcela do OE para a saúde, decréscimo da quantidade e qualidade de serviços oferecidos; quebrando assim um principio de solidariedade, de todos, para com o cidadão desfavorecido, o doente. A actual legislação limitará, pelo esforço económico que representa para milhares de famílias já economicamente fragilizadas, um claro impedimento das mesmas no acesso aos cuidados de saúde e um retrocesso na defesa e melhoria da Saúde Mental, ao não abranger gratuitamente e efectivamente toda a população do país. 

Neste contexto é importante sublinhar que o Artigo 64.º da Constituição da República Portuguesa estabelece que:
1. Todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover.
2. O direito à protecção da saúde é realizado:
a) Através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito;
b) Pela criação de condições económicas, sociais, culturais e ambientais que garantam, designadamente, a protecção da infância, da juventude e da velhice, e pela melhoria sistemática das condições de vida e de trabalho, bem como pela promoção da cultura física e desportiva, escolar e popular, e ainda pelo desenvolvimento da educação sanitária do povo e de práticas de vida saudável.
3. Para assegurar o direito à protecção da saúde, incumbe prioritariamente ao Estado:
a) Garantir o acesso de todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica, aos cuidados da medicina preventiva, curativa e de reabilitação;
b) Garantir uma racional e eficiente cobertura de todo o país em recursos humanos e unidades de saúde;
c) Orientar a sua acção para a socialização dos custos dos cuidados médicos e medicamentosos;

A violação do espírito constitucional, a intenção da imposição de alteração à Constituição da República Portuguesa, bem como a negação da definição positiva de saúde da Organização Mundial de Saúde, que inclui factores como a alimentação, a actividade física e o acesso ao sistema de saúde, é visível quando ficámos a saber que de acordo com a nova legislação:
1) os centros de saúde diminuirão o seu horário de funcionamento (encerrando mais cedo e aos fins-de-semana).
2) Que apenas ficarão isentos do pagamento de taxas moderadoras famílias com orçamentos iguais ou inferiores a 628€, independentemente no número de dependentes do agregado familiar e mediante preenchimento prévio de um requerimento, com comprovação de rendimentos, a renovar anualmente; o que obrigará ao seu pagamento grande parte de reformados, estudantes, trabalhadores precários, desempregados, sem-abrigo e a esmagadora maioria de portugueses.
3) Que serão excluídos da referida isenção doentes crónicos, como os doentes oncológicos, com grau de incapacidade inferior a 60% (de acordo com as novas restrições para avaliação do grau de invalidez, estaremos a falar de praticamente todos os doentes oncológicos).
4) Que o actual governo preconiza ainda o pagamento de taxas moderadoras “pelo envio de um email ou de um telefonema ao médico de família”, considerando ambos como actos médicos prestados, mesmo sem a presença física do utente.
5) Que a "racionalização" dos transportes de doentes afasta muitos utentes da prestação dos cuidados de saúde, além de que o concurso com empresas privadas conduz à ruina as associações de bombeiros voluntários; um dos poucos exemplos de sucesso da comunidade para a comunidade.
De salientar, ainda, o facto do ministro Paulo Macedo ter já anunciado um novo aumento das referidas taxas para os anos de 2012 e 2013.

O cenário previsível para os próximos anos, se nada for feito que impeça o avanço de tais medidas, empurrará os mais favorecidos para o sector privado e para o negócio dos seguros de saúde, deixando morrer, à porta dos hospitais públicos, os que não possuírem condições financeiras para suportar os custos que lhe são agora impostos. Acrescente-se a isto o facto de assistirmos a uma crescente pauperização e precarização salarial da classe média, bem como o facto das seguradoras não cobrirem terapias demasiado dispendiosas (como a quimioterapia) ou demasiado prolongadas e de submeterem a rigorosos exames médicos os segurados, como condição prévia de aceitação (rejeitando, naturalmente, os já doentes).

O governo estima um encaixe financeiro na ordem de vários milhões de euros com estas medidas, à custa dos que menos podem pagar, mas nunca é demais lembrar que permite, aceita e até encoraja a fuga de capitais ou a sediação de empresas em off-shores, numa clara prática de evasão fiscal legalizada.

É necessário recordar ainda que o direito de resistência e desobediência civil está previsto no art.º 21 da Constituição da República: "Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão, quando não seja possível recorrer à autoridade pública."

A luta pela democratização dos serviços de saúde, representou e representa uma vitória significativa da humanidade.

É urgente a consciencialização de todos os utentes, profissionais de saúde, professores e estudantes desta área, enfim, de todos que se solidarizem com a defesa de direitos fundamentais do ser humano, assim como uma tomada de posição ética e solidária. Apelamos pois ao debate, à expressão da indignação, à resistência à injustiça, às formas de protesto criativas e esclarecedoras, que são, além de um direito, uma responsabilidade.

PELA SAÚDE DE TODOS NÓS!