A Assembleia Popular de Coimbra (APC) é uma estrutura de deliberação colectiva aberta à participação de toda a comunidade cujos participantes mais activos são na sua maioria activistas inspirados pelos movimentos sociais que sucederam a primavera árabe, sobretudo o 15M espanhol mais conhecido como movimento dos indignados. Em torno da APC têm-se organizado acções diversas com cariz apartidário, laico e pacífico, visando a recuperação do sentido de comunidade através da ocupação dos espaços públicos. Acreditamos que da luta pelo "público" e pelo "comum" poderão ser lançadas as sementes para uma nova democracia. Uma democracia inclusiva, onde os valores da autodeterminação (ou autonomia), da igualdade e da liberdade sejam as linhas condutoras da construção duma sociedade para todas e para todos. O processo de decisão usado na APC é o consenso e não o voto porque não se pretende que a APC tenha unicamente uma função legitimadora de projectos individuais ou de grupos com interesses específicos mas sobretudo que proporcione condições para o desenvolvimento de trabalho colectivo assente nos valores da solidariedade e do respeito.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

2º Comunicado de Imprensa da Acampada Coimbra

No seguimento das “acampadas” que surgiram, a partir do dia 15 de Maio, em Espanha sob o lema “Democracia Real Ya”, iniciaram-se diversos acampamentos em Portugal – primeiro em Lisboa (Praça do Rossio) e no Porto (Praça da Batalha), depois em Coimbra (Praça 8 de Maio) e, agora, também em Barcelos (Largo da Porta Nova).

Em Coimbra, depois de uma primeira assembleia realizada no dia 20 de Maio, após uma concentração onde se juntaram perto de 100 pessoas em solidariedade com os protestos em Espanha e reivindicando também uma democracia verdadeira no nosso país, começaram-se a realizar actividades diárias na Praça 8 de Maio.

Nos dias 21 e 22 foi montada um acampamento e realizadas assembleias populares que se mantiveram diárias desde então. No dia 25 de Maio foi aprovado em assembleia popular o nosso manifesto (ver doc. anexo) e retomado o acampamento.

Das actividades realizadas durante este período, destacamos os debates com a participação de Boaventura Sousa Santos e Jorge Gouveia Monteiro e outros onde se abordou temas como a economia social e consumo responsável, uma oficina sobre hortas portáteis, sessões de teatro do oprimido, de massagens e leitura de poemas. Além destas actividades foi realizada ainda uma caçarolada no dia 28 de Maio; afixado um painel onde as pessoas podiam expressar livremente as suas opiniões; definido um período ao final do dia de tribuna livre; iniciada uma consulta popular com 5 perguntas (ver doc. Anexo). No espaço da acampada funcionava também um atelier para crianças, um espaço de sala de estudo / biblioteca, cozinha / dormitório e loja livre.

No Domingo 5 de Junho foi decidido em assembleia a reorganização da luta, que passava pelo levantamento do acampamento e a concentração de esforços na realização de assembleias populares, acções de protesto e outras actividades. Na assembleia seguinte, no dia 6 de Junho, foi decidido alterar a periodicidade diária das assembleias para semanal. e organizar uma acção local de protesto no dia 19 de Junho, em simultâneo com as manifestações marcadas para esse dia em Lisboa e noutras cidades europeias.

No dia 10 de Junho foi realizado na praça 8 de Maio um  debate sobre “Violência e Culturas para a Paz”.

No dia 14 de Junho foi confirmada em assembleia a adesão ao protesto internacional marcado para 19 de Junho em centenas de cidades, europeias e não só. Foram também discutidas algumas acções e actividades para esse dia, ficando a concretização dessas e de outras dependentes do número de participantes e das iniciativas, expontâneas ou previamente preparadas, individuais e colectivas.

Sob o lema “Democracia Verdadeira, Já!”, apelamos à participação da população nas actividades e acções reivindicativas e de protesto contra o actual sistema politico-económico-financeiro, que contradiz a própria definição do termo “Democracia”.

A concentração está marcada para as 16:00 na Praça 8 de Maio, onde terá também lugar uma nova assembleia popular pelas 19:00.

Coimbra, 14 de Junho de 2011

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