A Assembleia Popular de Coimbra (APC) é uma estrutura de deliberação colectiva aberta à participação de toda a comunidade cujos participantes mais activos são na sua maioria activistas inspirados pelos movimentos sociais que sucederam a primavera árabe, sobretudo o 15M espanhol mais conhecido como movimento dos indignados. Em torno da APC têm-se organizado acções diversas com cariz apartidário, laico e pacífico, visando a recuperação do sentido de comunidade através da ocupação dos espaços públicos. Acreditamos que da luta pelo "público" e pelo "comum" poderão ser lançadas as sementes para uma nova democracia. Uma democracia inclusiva, onde os valores da autodeterminação (ou autonomia), da igualdade e da liberdade sejam as linhas condutoras da construção duma sociedade para todas e para todos. O processo de decisão usado na APC é o consenso e não o voto porque não se pretende que a APC tenha unicamente uma função legitimadora de projectos individuais ou de grupos com interesses específicos mas sobretudo que proporcione condições para o desenvolvimento de trabalho colectivo assente nos valores da solidariedade e do respeito.
Assim foi o dia da Greve Geral, na Praça 8 de Maio. Debate, declamação de poemas, música, expressão livre, partilha e muito mais! Aqui estão algumas fotos:
Pouco depois do fim da concentração da CGTP, a ocupação da Praça 8 de Maio começou assim.
Depois das revoltas da chamada Primavera Árabe, no dia 15 de Maio do ano passado, em Madrid, um grupo de pessoas decidiu acampar na Puerta del Sol, depois de enormes manifestações convocadas pela Plataforma Democracia Real Ya terem ocupado as ruas de mais de 50 cidades espanholas. Estes acampamentos expandiram-se em poucos dias a toda a Espanha e, pouco depois, a cidades nos vários continentes. Estes acampamentos organizavam-se em Assembleias Populares, espaços inclusivos, horizontais e sem líderes, em que todas as pessoas se podiam exprimir livremente e tinham a mesma oportunidade para contribuir para as decisões. Mais tarde, em Setembro, surgiu no centro financeiro dos EUA o Occupy Wall Street, que inspirou milhares de pessoas a ocuparem as praças de dezenas de cidades nos estados unidos e que fez (re)nascer acampamentos em centenas de cidades por todo o mundo.
Pouco depois, no dia 15 de Outubro, milhões de pessoas saíram às ruas em mais de 1000 cidades em todo o planeta, sob o lema “Unidos Por Uma Mudança Global”, mostrando não só que estão descontentes com o actual sistema, mas também que estão empenhados em construir um mundo diferente.
Todos estes movimentos, que mais tarde foram designados por “Indignados”, surgiram de forma espontânea e partilham a indignação para com um sistema que se diz democrático mas que constantemente coloca os interesses económicos acima da vontade e dos interesses das pessoas e que nos trata a todos e a todas como mercadoria. Mas, mais do que movimentos que exprimem a indignação, estes são movimentos que procuram criar espaços de debate, partilha e expressão livres, verdadeiramente democráticos. São movimentos nos quais as pessoas se organizam para, colectivamente, construir alternativas e delinear estratégias de resistência às políticas que conduzem 99% da população ao empobrecimento enquanto o restante 1% contínuo a enriquecer cada vez mais.
Neste momento, a maior parte dos acampamentos já não existem, mas milhares de pessoas continuam a participar em centenas de Assembleias Populares nos quatro cantos do mundo. O 12 de Maio vai ser um dia de mobilização internacional, um pouco no seguimento do que foi o 15 de Outubro. Neste dia, em todo o mundo as pessoas tomarão as ruas para mostrar a sua indignação perante um sistema que não as representa e, mais importante, para contribuir para a construção de algo diferente.
Nós, Assembleia Popular de Coimbra, surgimos em Maio do ano passado no seguimento das acampadas em Espanha e, desde aí, temos acompanhado os vários movimentos que se inserem nos “Indignados”. Participámos no 15 de Outubro e estamos motivados para participar também no 12 de Maio. No entanto, temos consciência que o sucesso do 12 de Maio em Coimbra depende do envolvimento de toda a comunidade não só nas acções do próprio dia mas também na sua preparação.
Assim, apelamos a todas as pessoas da cidade e da região de Coimbra, bem como a todos os grupos e colectivos interessados, que participem numa Assembleia Preparatória da Mobilização Internacional de 12 de Maio em Coimbra, às 15h do dia 25 de Março (domingo), na Praça da República. Nesta Assembleia pretendemos discutir as linhas gerais da participação de Coimbra nesta mobilização internacional e debater os modelos de protesto.
Algumas dezenas de pessoas estão a ocupar a Praça 8 de Maio, em Coimbra, desde o meio-dia, tendo-se já realizado uma série de actividades promovidas pela Assembleia Popular de Coimbra. Ao início da tarde, depois de um almoço partilhado, aconteceu uma performance musical de Old Trees, um músico da cidade de Coimbra. Às 15h, no meio da Praça 8 de Maio, iniciou-se um debate sobre o tema “Trabalho, (Des)emprego e Precariedade”. Para além disso, houve mais performances musicais e declamação de poemas.
Dentro de momentos, às 19h, iniciar-se-á uma Assembleia Popular, para a qual se apela à participação de todxs. A ocupação da Praça 8 de Maio continuará com um jantar comunitário e uma vigília.
Os companheiros presentes decidiram ainda convocar uma Concentração em Solidariedade para com os Detidos e as Vítimas de Violência Policial em Lisboa e no Porto para as 22h30 e convidam toda a população a participar.
Sê activo também na Greve Geral antes que parem os teus Direitos!
A democracia (demos [povo] + cratos [governo]) só é possível se todxs nós tivermos uma participação activa e crítica na vida da comunidade em que nos inserimos. Esta participação é crucial num dia de Greve Geral, se queremos realmente fazer ouvir a nossa voz!
Por isso, no dia 22 de Março, a Assembleia Popular de Coimbra vai ocupar a Praça 8 de Maio e promover diversas actividades durante todo o dia. Pretendemos com isto criar espaços de encontro, partilha, reflexão, debate e expressão livres e apelamos à participação de todxs – dxs trabalhadorxs aos estudantxs, dxs desempregadxs aos aposentadxs e reformadxs!
13h - Almoço Partilhado
e Animação Musical com Old Trees (https://www.facebook.com/OldxTreesx)
15h - Debate "Trabalho, (Des)Emprego e Precariedade"
19h - Assembleia Popular
21h - Jantar Comunitário
Vigília Nocturna
PARAMOS PARA MUDAR!
Lemos, vemos e ouvimos, não podemos ignorar a greve geral! Reflecte connosco e participa! Contribui para a construção de uma democracia verdadeira, justa e transparente. Por um mundo diferente – justo, solidário e livre!
Durante todo o dia, entre as várias actividades, será disponibilizado um megafone a todas as pessoas que quiserem exprimir as suas ideias na praça pública, o espaço primordial da democracia.
Amanhã (quinta-feira), antes da Assembleia Popular vai realizar-se vai realizar-se um Jantar Comunitário. É na Andy Warhol's Factory e começa às 19h. Estão todxs convidadxs a participar!
Aos que decidirem aparecer, sugere-se que traga o material necessário para comer (prato, talheres, ...) e, quem puder, algo para partilhar.
De 10 a 18 de Março vai realizar-se, na Foz do Tua, um Acampamento pelo Vale do Tua (ACTUA).
Esta iniciativa integra-se numa luta pela preservação do Vale do Tua e "da sua riqueza natural e cultural", que dura já há vários anos, e acontece num momento em que a construção da Barragem em Foz-Tua se está a iniciar, pelo que a participação de todxs é de enorme importância. Como denunciado no texto de convocatória do ACTUA, a "construção da Barragem em Foz-Tua faz parte do Plano Nacional de Barragens, um plano energético concebido pelo Governo deposto que promulgou a construção de 10 Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico no país (...), que dá forma ao maior atentado ambiental a acontecer em Portugal."
Este acampamento de 9 dias tem um programa muito rico, com caminhadas e passeios, visitas às aldeias locais, assembleias, sessões de cinema, jantares populares e uma vigília, entre muitas outras coisas. No dia 14 de Março, Dia Internacional de Acção pelos Rios, vai ser inaugurada a Exposição "Actua pelo Tua" e, no dia 17 às 15h, há uma Concentração contra a Construção da Barragem EDP em Foz Tua.
A Assembleia Popular de Coimbra apoia esta iniciativa e apela à mobilização de todxs.
A Assembleia Popular de Coimbra, reunida a 1 de Março de 2012, reforça a sua posição de defesa de um sistema de saúde público, gratuito, de qualidade e de acesso universal. Nesse sentido, diversas acções estão a ser preparadas e discutidas.