A Assembleia Popular de Coimbra (APC) é uma estrutura de deliberação colectiva aberta à participação de toda a comunidade cujos participantes mais activos são na sua maioria activistas inspirados pelos movimentos sociais que sucederam a primavera árabe, sobretudo o 15M espanhol mais conhecido como movimento dos indignados. Em torno da APC têm-se organizado acções diversas com cariz apartidário, laico e pacífico, visando a recuperação do sentido de comunidade através da ocupação dos espaços públicos. Acreditamos que da luta pelo "público" e pelo "comum" poderão ser lançadas as sementes para uma nova democracia. Uma democracia inclusiva, onde os valores da autodeterminação (ou autonomia), da igualdade e da liberdade sejam as linhas condutoras da construção duma sociedade para todas e para todos. O processo de decisão usado na APC é o consenso e não o voto porque não se pretende que a APC tenha unicamente uma função legitimadora de projectos individuais ou de grupos com interesses específicos mas sobretudo que proporcione condições para o desenvolvimento de trabalho colectivo assente nos valores da solidariedade e do respeito.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

domingo, 23 de outubro de 2011

Calendário de Acções + Cartazes da próxima Assembleia


24 de Outubro (segunda-feira)
22h – Reunião ABERTA do Grupo de Trabalho de Informação/Comunicação/Divulgação. Local: café Tropical


25 de Outubro (terça-feira)
14h – Solidariedade e apoio à concentração das funcionárias das cantinas escolares, que se realizará à frente da DREC (junto do Dolce Vita)
17h – Reunião ABERTA do Grupo de Trabalho de Logística/Planeamento (pessoas precisam-se!!!). Local: café do TAGV - http://www.facebook.com/event.php?eid=172285246193117
22h – Reunião ABERTA do Grupo de Trabalho de Informação/Comunicação/Divulgação. Local: café Tropical

29 de Outubro (sábado)
17h – Assembleia Popular na Praça 8 de Maio (caso esteja a chover, deslocar-nos-emos até à Loja do Cidadão) - http://www.facebook.com/event.php?eid=236676699722397


1 de Novembro (terça-feira)
Participação no Cortejo da Latada

2 de Novembro (quarta-feira)
21h30 - Debate: “Do Pleno Emprego à Precariedade Laboral”, no Ateneu de Coimbra - http://www.facebook.com/event.php?eid=207778012628947

3 de Novembro (quinta-feira)
Dia de Luta contra a aprovação do Orçamento de Estado

11 de Novembro (sexta-feira)
Magusto na estação (desactivada) de Coimbra-parque

24 de Novembro (quinta-feira)
Greve Geral





domingo, 16 de outubro de 2011

Continuidade da luta: próxima Assembleia Popular

Dia 15 de Outubro, cerca de mil pessoas de diversas idades e nacionalidades participaram no protesto plural "15.O - Unidxs por uma Mudança Global". Na Assembleia Popular que se seguiu ao protesto foi decidida a realização de uma nova Assembleia Popular no próximo Sábado, dia 22 de Outubro, pelas 18h, na Praça 8 de Maio.
Todas e todos estão convidados a participar, a continuar o 15 de Outubro!

Esta assembleia é aberta a tod@s @s trabalhador@s, estudantes, desempregad@s, reformad@s/aposentad@s, pessoas comuns... É totalmente horizontal e há total liberdade de expressão.

NÃO FALTES!

15 de Outubro em Coimbra - Fotos





















15 de Outubro em Coimbra - Videos










domingo, 9 de outubro de 2011

Preparação do 15.O em Coimbra

http://www.facebook.com/event.php?eid=119442914830554




Domingo (9 de Outubro)
15h00 - Distribuição de flyers
Ponto de Encontro: Estação Nova (perto da Portagem)

Segunda-feira (10 de Outubro)
12h30 - Distribuição de flyers
Ponto de encontro: fundo das Escadas Monumentais

Terça-feira (11 de Outubro)
12h30 - Distribuição de flyers
Ponto de encontro: fundo das Escadas Monumentais
17h00 - Pintura de faixas e cartazes
Ponto de Encontro: Jardim da Sereia
18h30 - Assembleia Preparatória do 15 de Outubro
Ponto de Encontro: Jardim da Sereia
Objectivos:
- Fazer um ponto da situação
- Decidir sobre todas as eventuais questões que surjam quanto à organização e divulgação do protesto de dia 15 de Outubro em Coimbra
- Eventualmente, organizar outras acções até dia 15
- Aprovar um documento de funcionamento da Assembleia de dia 15 de Outubro, pois possivelmente vai ser mais participada
Evento: https://www.facebook.com/event.php?eid=278085075546080

Quarta-feira (12 de Outubro)
12h30 - Distribuição de flyers 
+ Fornecimento de material p/ divulgação (venham buscar!)
Ponto de encontro: fundo das Escadas Monumentais

16h30 - Pintura de faixas e cartazes
Ponto de Encontro: Jardim da Sereia


Quinta-feira (13 de Outubro)
12h30 - Distribuição de flyers
 + Fornecimento de material p/ divulgação (venham buscar!)
Ponto de encontro: fundo das Escadas Monumentais

18h00 - Pintura de faixas e cartazes + Fornecimento de material p/ divulgação (se ainda houver!)
Ponto de Encontro: Jardim da Sereia


Sexta-feira (14 de Outubro)
12h30 - Distribuição de flyers
 + Fornecimento de material p/ divulgação (venham buscar!)
Ponto de encontro: fundo das Escadas Monumentais

17h00 - Distribuição de flyers + Fornecimento de material p/ divulgação (venham buscar!)
Ponto de encontro: Praça 8 de Maio

18h00 - Pintura de faixas e cartazes + Fornecimento de material p/ divulgação (se ainda houver!)
Ponto de Encontro: Jardim da Sereia











sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Manifesto 15 de Outubro (Porto)

http://15out-porto.blogspot.com/


Em adesão ao protesto internacional convocado pelos movimentos 'indignados' e 'democracia real ya', em Espanha, ocorrerá, no Porto, uma manifestação sob o tema 'a democracia sai à rua', no dia 15 de Outubro de 2011. As razões que nos levam para a rua são muitas e diferentes, de pessoa para pessoa, de país para país - não querendo fechar o protesto a outras exigências de liberdade e de democracia, mas para que se saiba porque saimos para a rua, tentámos, entre os que estão a ajudar na organização e na divulgação do 15 de outubro, encontrar as reivindicações que nos são comuns - entre nós e relativamente aos outros gritos das outras praças, nas ruas de todo o mundo: 

Dos EUA a Bruxelas, da Grécia à Bolívia, da Espanha à Tunísia, a crise do capitalismo acentua-se. Os causadores da crise impõem as receitas para a sua superação: transferir fundos públicos para entidades financeiras privadas e, enquanto isso, fazer-nos pagar a factura através de planos de pretenso resgate. Na UE, os ataques dos mercados financeiros sobre as dívidas soberanas chantageiam governos cobardes e sequestram parlamentos, que adoptam medidas injustas, de costas voltadas para os seus povos. As instituições europeias, longe de tomar decisões políticas firmes frente aos ataques dos mercados financeiros, alinham com eles. 

Desde o começo desta crise assistimos à tentativa de conversão de dívida privada em dívida pública, num exemplo de nacionalização dos prejuízos, após terem sido privatizados os lucros. Os altos juros impostos ao financiamento dos nossos países não derivam de nenhuma dúvida sobre a nossa solvência, mas sim das manobras especulativas que as grandes corporações financeiras, em conivência com as agências de rating, realizam para se enriquecerem. Os cortes económicos vêm acompanhados de restrições às liberdades democráticas - entre elas, as medidas de controlo sobre a livre circulação dos europeus na UE e a expulsão das populações migrantes. Apenas os capitais especulativos têm as fronteiras abertas. Estamos submetidos a uma mentira colectiva.

A dívida privada é bem maior que a dívida pública e a crise deve-se a um processo de desindustrialização e de políticas irresponsáveis dos sucessivos governos e não a um povo que "vive acima das suas possibilidades" – o povo, esse, vê diariamente os seus direitos e património agredidos. Pelo contrário, o sector privado financeiro - maior beneficiário da especulação - em vez de lhe aplicarem medidas de austeridade, vê o seu regime de excepção erigido. As políticas de ajuste estrutural que se estão a implementar não nos vão tirar da crise – vão aprofundá-la. Arrastam-nos a uma situação limite que implica resgates aos bancos credores, resgates esses que são na realidade sequestros da nossa liberdade e dos nossos direitos, das nossas economias familiares e do nosso património público e comum. É preciso indignarmo-nos e revoltarmo-nos ante semelhantes abusos de poder.

Em Portugal, foi imposto como única saída o memorando da troika – têm-nos dito que os cortes, a austeridade e os novos impostos à população são sacrifícios necessários para fazer o país sair da crise e para fazer diminuir a dívida. Estão a mentir! A cada dia tomam novas medidas, cortam ou congelam salários, o desemprego dispara, as pessoas emigram. E a dívida não pára de aumentar, porque os novos empréstimos destinam-se a pagar os enormes juros aos credores – o déficit dos países do sul europeu torna-se o lucro dos bancos dos países ricos do norte. Destroem a nossa economia para vender a terra e os bens públicos a preço de saldo. 

Não são os salários e as pensões os responsáveis pelo crescer da dívida. Os responsáveis são as transferências de capital público para o sector financeiro, a especulação bolsista e as grandes corporações e empresas que não pagam impostos. Precisamos de incentivos à criação de emprego e da subida do salário mínimo (em Portugal o salário mínimo são 485€, e desde 2006 duplicou o número de trabalhadores que ganham apenas o salário mínimo) para sairmos do ciclo recessivo. 

Por isso, nós dizemos:

- retirem o memorando. vão embora. não queremos o governo do FMI e da troika!
- nacionalização da banca – com os planos de resgate, o estado tem pago à banca para especular
- abram as contas da dívida – queremos saber para onde foi o dinheiro
- não ao pagamento da dívida ilegítima. esta dívida não é nossa – não devemos nada, não vendemos nada, não vamos pagar nada! 
- queremos ver redistribuídas radicalmente as riquezas e a política fiscal mudada, para fazer pagar mais a quem mais tem: aos banqueiros, ao capital e aos que não pagam impostos. 
- queremos o controlo popular democrático sobre a economia e a produção. 
- não queremos a privatização da água, nem os aumentos nos preços dos transportes públicos, nem o aumento do IVA na electricidade e no gás. 
- queremos trabalho com direitos, zero precários na função pública (em Portugal o maior contratador de precários é o estado), a fiscalização efectiva do cumprimento das leis laborais e o aumento do salário mínimo.
- queremos ver assegurados gratuitamente e com qualidade os direitos fundamentais: saúde, educação, justiça.
- queremos o fim dos ajustes directos na administração pública e transparência nos concursos para admissão de pessoal, bem como nas obras e aquisições do estado. 
- queremos mais democracia: 
                  - queremos a eleição directa de todos os representantes cargos públicos, políticos e económicos: dos responsáveis pelo Banco de Portugal ao Banco Central Europeu, da Comissão Europeia ao Procurador Geral da República 
               - queremos mais transparência no processo democrático: que os partidos apresentem a eleições, não somente os programas mas também as equipas governativas propostas à votação.
              - queremos mandatos revogáveis nos cargos públicos - os representantes são eleitos para cumprirem um programa, pelo que queremos que seja criada uma forma democrática para revogação de mandato em caso de incumprimento do mesmo programa;

Manifesto 15 de Outubro (Lisboa)

http://www.15deoutubro.net/


PROTESTO APARTIDÁRIO, LAICO E PACÍFICO

- Pela Democracia participativa.
- Pela transparência nas decisões políticas.
- Pelo fim da precariedade de vida.

MANIFESTO:

Somos “gerações à rasca”, pessoas que trabalham, precárias, desempregadas ou em vias de despedimento, estudantes, migrantes e reformadas, insatisfeitas com as nossas condições de vida. Hoje vimos para a rua, na Europa e no Mundo, de forma não violenta, expressar a nossa indignação e protesto face ao actual modelo de governação política, económica e social. Um modelo que não nos serve, que nos oprime e não nos representa.

A actual governação assenta numa falsa democracia em que as decisões estão restritas às salas fechadas dos parlamentos, gabinetes ministeriais e instâncias internacionais. Um sistema sem qualquer tipo de controlo cidadão, refém de um modelo económico-financeiro, sem preocupações sociais ou ambientais e que fomenta as desigualdades, a pobreza e a perda de direitos à escala global. Democracia não é isto!

Queremos uma Democracia participativa, onde as pessoas possam intervir activa e efectivamente nas decisões. Uma Democracia em que o exercício dos cargos públicos seja baseado na integridade e defesa do interesse e bem-estar comuns.

Queremos uma Democracia onde os mais ricos não sejam protegidos por regimes de excepção. Queremos um sistema fiscal progressivo e transparente, onde a riqueza seja justamente distribuída e a segurança social não seja descapitalizada; onde todas as pessoas contribuam de forma justa e imparcial e os direitos e deveres dos cidadãos estejam assegurados.

Queremos uma Democracia onde quem comete abuso de poder e crimes económicos e financeiros seja efectivamente responsabilizado por um sistema judicial independente, menos burocrático e sem dualidade de critérios. Uma Democracia onde políticas estruturantes não sejam adoptadas sem esclarecimento e participação activa das pessoas. Não tomamos a crise como inevitável. Exigimos saber de que forma chegámos a esta recessão, a quem devemos o quê e sob que condições.

As pessoas não são descartáveis, nem podem estar dependentes da especulação de mercados bolsistas e de interesses financeiros que as reduzem à condição de mercadorias. O princípio constitucional conquistado a 25 de Abril de 1974 e consagrado em todo o mundo democrático de que a economia se deve subordinar aos interesses gerais da sociedade é totalmente pervertido pela imposição de medidas, como as do programa da troika, que conduzem à perda de direitos laborais, ao desmantelamento da saúde, do ensino público e da cultura com argumentos economicistas.

Os recursos naturais como a água, bem como os sectores estratégicos, são bens públicos não privatizáveis. Uma Democracia abandona o seu futuro quando o trabalho, educação, saúde, habitação, cultura e bem-estar são tidos apenas como regalias de alguns ou privatizados sem que daí advenha qualquer benefício para as pessoas.

A qualidade de uma Democracia mede-se pela forma como trata as pessoas que a integram.

Isto não tem que ser assim! Em Portugal e no Mundo, dia 15 de Outubro dizemos basta!

A Democracia sai à rua. E nós saímos com ela.